Pimentas são muito apreciadas por uns e odiadas por outros: entram no mesmo grupo que coentro, abacate, açaí e por aí vai. Em comum, todos esses citados são representações da cultura alimentar brasileira. Aqui na Horta FSP pudemos colher pimentas malagueta esta semana.
A pimenta malagueta é uma variedade de Capsicum frutescens muito utilizada em Angola, Cabo Verde, Brasil, Moçambique e Portugal. Uma das principais características culturais das tribos indígenas que habitavam as terras brasileiras na época do descobrimento era o cultivo de pimentas. As pimentas, em sua maioria, possuem sabor ardido característico, devido à presença da substância capsaicina¹. As espécies do gênero Capsicum (como a malagueta) vêm sendo estudadas por pesquisadores do mundo inteiro e os estudos conferem à capsaicina uma atividade antihiperlipidêmica, propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes, além de efeito quimiopreventivo e efeciência no tratamento de um número de desordens de fibras nervosas, incluindo dor associada com artrite, cistite e neuropatia diabética. As pimentas ainda contêm altas concentrações de vitamina A e C, consideradas nutrientes anticancerígenos.
Ingerir comidas com pimentas pode ser útil em casos de indigestão e prisão de ventre e modificar o perfil lipídico do sangue, especialmente o nível de colesterol. Além disso, relaciona-se o aumento da efetividade do sistema imunológico, fortalecendo o corpo contra invasores infecciosos. Também pode ser eficaz em casos de mucosite oral, alergia cutânea, dor no pescoço e tumor de pele. As pimentas, principalmente as mais pungentes, são usadas como condimentos , na forma de conservas caseiras e industrializadas, em pó, corantes e composição de medicamentos
A utilização de substâncias com capacidade
antioxidante, como as pimentas, pode ser de grande relevância na prevenção e terapêutica de doenças
relacionadas com o aumento do estresse oxidativo, uma vez que evidências têm sugerido o
envolvimento do estresse oxidativo na fisiopatologia de várias doenças crônicas, tais como
aterosclerose, câncer, e doenças degenerativas. ² ³
É importante ressaltar que as propriedades antioxidantes da pimenta são as mais conclusivas e comprovadas dentre todas as outras comentadas, essas últimas ainda em necessidade de estudos mais profundos.
As mudas de pimentas podem ser compradas em viveiros de produção de mudas de hortaliças ou em supermercados e floriculturas.
Em relação ao tipo de solo, o mais adequado é de textura média, que não seja muito argiloso nem muito arenoso. Para o plantio em vasos, providencie aqueles com furos no fundo da peça para a água da rega não acumule e acabe apodrec as raízes. Por sua vez, a adubação orgânica, especialmente com esterco animal curtido, é benéfica e deve ser incorporada e misturada ao solo algumas semanas antes do plantio. (Veja mais em https://estilo.uol.com.br/casa-e-decoracao/noticias/redacao/2014/04/30/no-jardim-ou-no-vaso-aprenda-a-cultivar-pimentas-em-casa.htm?cmpid=copiaecola&cmpid=copiaecola)
A pimenta malagueta pode ser usada em conservas, doces, geleias, temperos de carnes. A seguir, uma receita sugerida:
Brócolis ao Alho e Malagueta (vegana)
Ingredientes
650 g de brócolis
1 colher (sopa) de azeite
2 dentes de alho picados finamente
1 pimenta-malagueta vermelha fresca, em rodelas finas (sem as sementes)
Sal a gosto
Preparo
Separe o brócolis em floretes. Leve a cozinhar em água fervente, temperada com sal, por 3-4 minutos. Escorra muito bem e reserve. Coloque o azeite numa frigideira. Junte o alho picado e as rodelas de malagueta. Refogue por 2 minutos sem parar de mexer. Aumente o fogo e adicione os floretes de brócolis. Salteie até começarem a ganhar cor, mexendo com frequência. Sirva em seguida.
(receita encontrada em: http://www.cantinhovegetariano.com.br/2013/07/brocolis-ao-alho-e-malagueta.html)
1 STARK, Cíntia B. Características e Benefícios da Capsaicina. 2008. 38f. Trabalho acadêmico. Bacharelado em Química de Alimentos. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas
2 COSTA, Luciene Mendonça da et al. Atividade antioxidante de pimentas do gênero Capsicum. Food Science And Technology (Campinas), [s.l.], v. 30, p.51-59, maio 2010. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0101-20612009005000004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-20612010000500009>. Acesso em: 26 fev. 2018.
3 SILVIA, D. J. et al. Determinação do potencial antioxidante do extrato filtrado de
Capsicumbaccatum (pimenta dedo-de-moça) através do método DPPH,X Salão
de Iniciação Científica – PUCRS, 2009. Disponível em: <http://www.pucrs.br/edipucrs/XSalaoIC/Ciencias_Biologicas/Biofisica/70968-
DANIEL_JANKE_FAUSTINO_DA_SILVA.pdf>. Acesso em: 26 fev. 2018.
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